O avião da FAB que nos levaria até Redenção não conseguia decolar de Belém.
À medida que o tempo passava a agenda ficava mais apertada. José Alexandre com um telefone em cada orelha tentando planos B,C e D, inclusive a ida por terra.
Foi preciso fazer uma reestruturação da programação; em Redenção, o auditório da Câmara Municipal lotado de pessoas na expectativa da chegada do avião. Juliana, da Representação do TRF, estava com um problemão.
Tivemos enfim a notícia de que o avião havia decolado de Belém, e que chegaria em cerca de uma hora. Fomos para o aeroporto. Logo pousou o pequeno bandeirante camuflado, e os gentis pilotos vieram fazer uma checagem do peso de cada um, já que o avião tinha um limite de setecentos quilos. Somados os pesos individuais - na esperança de que ninguém tivesse mentido o peso real eheheh -, foi liberado o embarque. |No avião, Dr. Olindo, Daniel Sobral (Diretor do Foro), José Alexandre (Juiz auxiliar da presidência), Felipe (Diretor Geral), Euvaldo (aventureiro que já percorreu de Salvador a Manaus de Troller) e Joseny, da Presidência, Etienne e Ramon da ASCOM, e eu. Os pilotos tudo fizeram para tornar a viagem agradável. Contudo, como se tratava de uma aeronave militar, não tinha refrigeração, e embarcamos num verdadeiro forno - o que fez Dr. Olindo invocar os ensinamentos dos estóicos...
Após a decolagem, uma vista maravilhosa dos rios Tocantins e Itacaiúnas, que banham Marabá.
Durante o trajeto rumo ao sul, um aspecto surpreende: já não há praticamente floresta equatorial, salvo em pequenos topos de morros e matas galerias. Tudo é um descampado que serve de pasto para o enorme rebanho bovino.
Chegamos com atraso, e a comitiva aguardava no aeroporto: Prefeito, Vice, autoridades. Após a cerimônia na Câmara Municipal, fomos conhecer a sede da Subseção, localizada na avenida independência. Inaugurado o prédio e visitadas as instalações, passamos à orientação e posse dos primeiros servidores: Ana Paula, Daniela Cardoso, Weclei, Rannieri, Antônio, Marcelo, Rodrigo, Gleyce, Vivianne, Jião, Rosy, Gilmar, Kelly, Rodrigo, Daniela Esteves.
Dr. Olindo ressaltou a importância do trabalho dos servidores da Justiça Federal, suas responsabilidades, a importância de sua missão numa região tão carente de Estado. Pediu para levantar a mão quem fosse de Redenção; resultado: ninguém. Todos de Belém. Diante dessa constatação, falou sobre a necessidade de lidar com o fato de que somente poderão retornar para Belém após o prazo de três anos, e que teriam de fazê-lo da melhor maneira possível - ou seja, vivendo bem.
É a segunda vez que assino termos de posse e exercício, o que considero uma grande sorte, por ter tido a oportunidade de fazê-lo como juiz substituto. É um momento inesquecível, principalmente para quem, como eu, já sentiu a emoção de tomar posse como servidor da Justiça Federal (já fui auxiliar judiciário do TRE e analista judiciário da Justiça Federal).
No almoço uma surpresa agradável: a melhor carne que já comi. São as vantagens de estar perto do pasto. O quilo da picanha aqui é cerca de doze reais, e o filé não passa de quatorze. O duro vai ser acostumar com outra carne quando voltar pra Minas...
A comitiva partiu em meio a pesadas nuvens, o aviãozinho balançando e a Juliana da ASREP rezando pro bicho chegar inteiro...
Após a partida restamos eu, Álisson, os servidores e um projeto: plantar nesta terra uma semente de justiça.
Festa encerrada, ao trabalho.
Ata de Instalação da Subseção Judiciária de Redenção (20 de maio de 2011)
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